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Caso Kerollyn: após quase um mês, polícia pede prorrogação de investigação à Justiça

Mãe está presa desde agosto suspeita de responsabilidade na morte. Justiça decretou sigilo no caso. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, encontrada morta ...

Caso Kerollyn: após quase um mês, polícia pede prorrogação de investigação à Justiça
Caso Kerollyn: após quase um mês, polícia pede prorrogação de investigação à Justiça (Foto: Reprodução)

Mãe está presa desde agosto suspeita de responsabilidade na morte. Justiça decretou sigilo no caso. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba Reprodução A Polícia Civil pediu, nesta sexta-feira (6), à Justiça a prorrogação da investigação sobre a morte de Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, no dia 9 de agosto, em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Em um ofício encaminhado com caráter de urgência, a delegada Karoline Callegari pede também a prorrogação da prisão temporária da investigada, Carla Carolina Abreu Souza, mãe da criança, presa desde a época do crime. A RBS TV entrou em contato com a Justiça, que confirmou o recebimento do pedido e que ele está em análise. Segundo afirmou a polícia na época do crime, a mãe é suspeita de ter responsabilidade sobre as circunstâncias que levaram à morte da filha A Polícia Civil, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a advogada de defesa de Carla, Thaís Constantin, não falam publicamente sobre o caso desde que foi decretado sigilo. A reportagem da RBS TV obteve acesso ao documento com o pedido da delegacia. Nesta sexta (6), a RBSTV procurou a delegada, que não retornou as mensagens e disse por telefone que "não vai atender a imprensa". A reportagem também procurou a defesa de Carla, que não se manifestou até a mais recente atualização desta reportagem. Ela argumenta que a prorrogação da investigação e da prisão são necessárias porque ainda são aguardadas duas perícias sobre o caso: a que estime o horário do óbito e a que forneça impressões digitais na parte externa de uma bota encontrada ao lado do corpo da garota, de tamanho 34, que os investigadores suspeitam ser dela. O prazo da prisão temporária da mãe de Kerollyn se encerra no domingo (8). A delegada também argumenta no pedido que "a liberação da investigada, neste momento procedimental, seguida de eventual decretação de prisão preventiva, poderá tumultuar a investigação e ser pernicioso para a própria investigada". E que o caso "gerou especial revolta e comoção na comunidade, havendo forte possibilidade de que ela tenha que se ausentar do distrito da culpa, até por preservação da sua integridade". A delegada afirma ainda que fez pedidos por telefone e escrito para o IGP para a conclusão das perícias e aguarda que tenha retorno nos próximos dias. Relembre o caso A morte de Kerollyn completa 1 mês na próxima segunda-feira (9). O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça (TJ) "por medida de segurança" após a detecção de acessos indevidos aos autos do processo por usuários do sistema que não atuam no caso. O corpo de Kerollyn foi encontrado por um reciclador dentro de um contêiner de lixo, de acordo com a Brigada Militar (BM). Na época, não foram encontrados sinais de violência aparentes no corpo da vítima, conforme a perícia. A mãe da menina, Carla Carolina Abreu Souza, foi presa temporariamente no dia 10 de agosto. Segundo a Polícia Civil, ela é suspeita de responsabilidade sobre as circunstâncias que levaram à morte da filha. Defensoria Pública, que participou da audiência de custódia de Carla, informou ao g1 que irá se manifestar somente nos autos do processo. Em depoimento à polícia, Carla teria dito que deu um sedativo sem prescrição médica à menina horas antes dela ser encontrada morta dentro do contêiner de lixo. De acordo com a investigação, a criança teria ingerido um grama de clonazepam, além de ter recebido a medicação risperidona (com prescrição). A investigada afirmou em depoimento que também teria ingerido clonazepam e que tanto ela quanto a filha foram dormir momentos depois, segundo a Polícia Civil. A suspeita ainda teria dito que acordou por volta de 7h, viu que a menina não estava em casa, tomou mais medicamento e voltou a dormir. A mulher também teria afirmado à polícia, de acordo com a investigação, que já agrediu a filha com uma escumadeira – espécie de colher de metal. Nesse episódio, Kerollyn chegou a ser levada para o hospital por uma lesão na cabeça, supostamente por consequência de um tombo de bicicleta, que, depois a investigação, foi apurado ter sido causada pela mãe, com o objeto. Corpo de menina é encontrado dentro de contêiner de lixo no RS Marcio Santos/Jornal O Guaíba Uma vizinha e mãe de um colega de escola de Kerollyn afirmou, em entrevista à RBS TV, ter acionado o Conselho Tutelar "mais de 20 vezes" para falar sobre a situação da criança. Segundo a dona de casa Fernanda Cardoso, a menina pedia carinho e comida aos vizinhos. "Eu liguei mais de 20 vezes, eu pedi por favor pra eles resolverem. Eu mandava foto da criança, mandava tudo. A criança na chuva pedindo. Ela vivia na minha porta pedindo. Pedia água, pedia abraço, pedia beijo", relatou. Em nota, o Conselho Tutelar de Guaíba alegou que estava "acompanhando e colaborando com as autoridades competentes", mas que não poderia fornecer detalhes adicionais sobre o andamento das investigações. Ao menos outros três vizinhos denunciaram o caso ao Conselho Tutelar do município. Segundo eles, a mãe gritava e ofendia Kerollyn frequentemente. Uma das mulheres afirma ter ouvido um pedido de socorro, que seria da menina, ao passar pela frente da residência da família. Os relatos dão conta de que a criança ainda cuidava de irmãos menores. O pai de Kerollyn, Matheus Ferreira, disse ter ficado sabendo através de vizinhos que a filha supostamente dormia na rua. "A guria dormia na rua, a guria comia comida do lixo, os vizinhos me falaram. Era uma situação que eu não estava sabendo, não estava por dentro do que estava acontecendo", afirma Matheus Ferreira, pai de Kerollyn. Kerollyn morava com a mãe e os irmãos em Guaíba. Já o pai vive em Santa Catarina. A filha chegou a morar com ele nos primeiros meses de vida e aos sete anos. Contudo, a criança voltou para a casa da mãe. Jornal do Almoço tem acesso a depoimentos do caso da menina Kerollyn VÍDEOS: Tudo sobre o RS

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