Preso há 52 dias, Nego Di tem novo pedido de liberdade negado pela Justiça do RS
Influenciador é réu por estelionato em suposto esquema de produtos não entregues por loja virtual. Sócio também teve pedido de liberdade negado. Acusados e...
Influenciador é réu por estelionato em suposto esquema de produtos não entregues por loja virtual. Sócio também teve pedido de liberdade negado. Acusados estão presos em Canoas. Nego Di sorri durante gravação de vídeo Divulgação A 2ª Vara Criminal de Canoas negou, nesta quarta-feira (4), um novo pedido de liberdade feito pela defesa do influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Réu por estelionato, o humorista está preso preventivamente há 52 dias em uma penitenciária do município da Região Metropolitana de Porto Alegre. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A decisão, da juíza Patricia Pereira Krebs Tonet, também negou o pedido de liberdade do sócio de Nego Di, Anderson Boneti. Os dois são acusados de lesar clientes de uma loja virtual, por supostamente não entregarem produtos vendidos na internet (entenda abaixo). O g1 entrou em contato com a defesa de Nego Di, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem. O g1 não localizou a defesa de Anderson Boneti no processo. A Justiça já havia negado ao menos dois pedidos de soltura do humorista. O primeiro, no dia 26 de julho, quando a defesa sustentou não haver fatos que justificassem a prisão. O segundo pedido, no dia 1º de agosto, solicitava a liberdade do influenciador ou a substituição da prisão por medidas cautelares alternativas. Entenda a decisão Conforme a decisão, a defesa de Nego Di sustentou que o influenciador teria sido vítima de Anderson e que o humorista não teria agido com dolo, ou seja, intenção de cometer o crime. Foram apresentadas conversas entre os réus para sustentar essa versão. A juíza Patricia Tonet negou esse argumento, mencionando como prova um vídeo em que Nego Di aparece dirigindo um carro de luxo dizendo: "ninguém mandou comprar televisão, ninguém mandou comprar ar condicionado". "O seu comportamento não se coaduna com o de pessoas ingênuas na área de vendas e negociações, colhendo-se que as conversas abrangem período significativo de tempo, dentro do qual as vendas seguiram acontecendo sem que nenhuma providência fosse tomada por quaisquer dos réus", afirmou a juíza ao negar o pedido. A juíza também negou a ausência de dolo, argumentando que Nego Di deixou o RS "sem ressarcir quaisquer das vítimas deste processo, sendo preso em Florianópolis, em condomínio de luxo". "É necessário destacar que a defesa informou nestes autos que o réu, até o momento de sua prisão este ano, recebia mensalmente quantia equivalente a meio milhão de reais por patrocínios. Não obstante, nunca buscou ressarcir as vítimas destes autos, as quais estão no prejuízo desde o ano de 2022, em valores que, dada sua renda informada, sequer representariam grande aporte financeiro em seu patrimônio", disse a magistrada. Ao finalizar a decisão sobre o pedido de soltura de Nego Di, a juíza Patricia Tonet ressaltou que o influenciador, mesmo se dizendo vítima do sócio, nunca registrou ocorrência contra Anderson Boneti. Já ao analisar o pedido de soltura de Boneti, a titular da 2ª Vara Criminal afirmou que as denúncias por estelionato "não seriam um fato isolado em sua vida". Patricia Tonet destacou que o acusado já responde a um processo por lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros crimes. Em um dos casos, sem relação com Nego Di, Anderson Boneti é réu por desvio de R$ 30 milhões de uma empresa. De acordo com a denúncia feita em 2021 pelo Ministério Público (MP), Boneti e outros sete réus lesaram uma indústria metalúrgica após burlarem o sistema de segurança digital de um banco. O advogado Julio Cezar Coitinho Júnior, que representa Boneti no processo do desvio de R$ 30 milhões, disse ao g1 em julho seu cliente e outras pessoas operavam com criptomoedas, mas que teriam sido vítimas de um hacker responsável pelo desvio do dinheiro da metalúrgica. O advogado não representa o acusado no caso em que Boneti e Nego Di são réus por estelionato. Nego Di é preso por golpe que causou prejuízo de R$ 5 milhões a clientes Loja virtual Nego Di é réu por crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica (17 vezes). Segundo o Tribunal de Justiça, o influenciador e o sócio teriam lesado mais de 370 pessoas com vendas pelo site Tadizuera entre 18 de março e 26 de julho de 2022. A apuração da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, passa de R$ 5 milhões. Usuários relataram que compraram produtos como televisores, celulares e eletrodomésticos na página virtual, mas não teriam recebido os itens nem a devolução dos valores. A polícia estima um prejuízo superior a R$ 330 mil. 'Aproveitava a vida com o nosso dinheiro', diz homem que relata prejuízo de R$ 30 mil A Polícia Civil afirma que Nego Di usaria a própria imagem para aumentar o alcance dos anúncios pela internet – com abrangência nacional, o que fez com que houvesse supostas vítimas até de fora do RS. Em perfis nas redes sociais, Nego Di tem mais de 10 milhões de seguidores. O influenciador foi preso pela Polícia Civil do RS na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC), no dia 14 de julho. Já o sócio foi preso cerca de uma semana depois, em Bombinhas (SC). Ambos foram transferidos para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Vivendo em hotel, com carro alugado e sem sair na rua: sócio de Nego Di tentou se esconder para não ser preso, diz polícia Nego Di é preso por golpe que causou prejuízo de R$ 5 milhões a clientes Quem é Nego Di Gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote, pois já trabalhava como influenciador digital e comediante. Após 22 dias de confinamento, Nego Di foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76%. Após o reality, Dilson começou a promover rifas em redes sociais, divulgando no regulamento que "quem comprar mais números" ganha o prêmio. A prática é investigada pelo Ministério Público (MP) e motivou uma operação contra ele e sua companheira. Nego Di já sofreu sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgação de fake news em seus perfis nas redes sociais. Em decisão em maio este ano, o Tribunal de Justiça (TJ), ele teve que apagar publicações sobre as enchentes. Na ocasião, Nego Di alegou que as autoridades estariam impedindo barcos e jet skis de propriedade privada de realizar salvamentos na região de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por falta de habilitação dos condutores. Além disso, ele também compartilhou imagens de cadáveres boiando que não eram da tragédia em questão, inclusive uma de uma inundação no Rio de Janeiro. A Justiça determinou a exclusão imediata das publicações e proibiu Nego Di de reiterar as afirmações mentirosas, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil. No dia 23 de agosto de 2024, Nego Di foi condenado por difamação e injúria contra a deputada estadual Luciana Genro (PSOL). A pena de um ano, um mês e dois dias de detenção em regime aberto foi convertida para prestação de serviços comunitários e pagamento de multa de 5 salários mínimos. Em um vídeo publicado no canal de YouTube do influenciador em 11 de março de 2020, o humorista chamou a política de "velha sem vergonha" e "maconheira". O influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di Arquivo Pessoal VÍDEOS: Tudo sobre o RS